HISTÓRIA
São Tiago é a maior ilha de Cabo Verde, a mais populosa e produtiva. Possui uma área de 991 km2, com uma população de aproximadamente menos de 240 mil habitantes.
A cidade da Praia, na ilha de Santiago, é a capital de Cabo Verde. Foi elevado a tal categoria em 1858, cidade em ascensão e histórica com cerca de 42 mil habitantes. Santiago fica a cerca de 640 km da costa oeste africana. Situa-se no lado do Sotavento, tem 75 km de comprimento, norte-sul, e cerca de 35 km de largura, leste-oeste, o ponto mais alto da ilha é o Pico de Antónia, com cerca de 1392 metros.
Dista cerca de 50 km da ilha do Fogo, a oeste, e 25 km da vizinha ilha do Maio, a leste.
Tal como todas as ilhas de Cabo Verde, a ilha de Santiago teve períodos de grandes dificuldades e de grande sofrimento, a maioria da população, praticamente não tinha liberdade, apenas cumpria ordens ditadas pelos colonizadores e traficantes de seres humanos.
Segundo os historiadores, em 1775, houve uma fome horrível, matando muitas pessoas, segundo algumas estimativas, de uma população de cerca de 25.000 habitantes, apenas menos de 12.000 sobreviveram, o que mostra a calamidade que pairava sobre esta ilha naqueles tempos malfadados.
A ilha de Santiago atravessa actualmente grandes transformações, em quase todos os aspectos, com a criação de infra-estruturas que irão beneficiar cada vez mais a sua população e economia. Por exemplo, nos últimos tempos, a cidade da Praia já dispõe de um aeroporto internacional, de uma universidade de ensino, está actualmente a ser contemplada a construção de um porto com instalações modernas e seguras, permitindo o transporte de mais mercadorias internas e externas. No interior da ilha foi construída pela primeira vez uma barragem em Cabo Verde, onde beneficiará boa parte da população, aproveitando para servir de defesa contra outros intrusos que navegavam por estes mares ou locais.
A instalação da primeira comunidade humana na ilha de Santiago, teve que enfrentar grandes dificuldades, desde plantas alimentícias, fauna doméstica, materiais de construção, bem como a adaptação a um espaço insular com grande carência de solo e água. Quase tudo teve que ser introduzido pelos primeiros colonizadores: sementes, gado, alfaias agrícolas, madeira, telhas para casas, até pedras de cantaria foram trazidas de Portugal, efectivamente as técnicas de construção de Portugal bem como as habituais na vizinha costa africana tiveram que ser adaptados ao ambiente da ilha de Santiago, onde faltavam argila, pedras de alvenaria, madeira e palha. Na primeira fase do povoamento, a ilha de Santiago baseou a sua economia no comércio com a costa da Guiné, onde a escravatura teve um papel notável. Neste cenário de economia portuária e comercial, o ambiente saheliano, com os ciclos de seca, foi pouco sentido devido ao predomínio do comércio.
Contudo, a economia nacional, voltada para a agricultura e a pecuária, teve de importar plantas e animais, com evidente impacto na alteração da flora e da fauna da ilha. Os primeiros colonos tiveram que testar uma grande diversidade de culturas no desconhecido ecossistema da ilha, plantas de Portugal, da África Ocidental, das Índias e das Américas. O clima tropical seco, com chuvas concentradas no verão, era desconhecido dos colonizadores do Portugal Mediterrâneo, com chuvas de inverno e secas no verão. As plantas habituais como o trigo, a vinha e a oliveira tiveram dificuldade em florescer na ilha de Santiago. As plantas conhecidas pelos africanos trazidas para a ilha como arroz (Oriza glaberrima), não suportavam o clima árido da ilha. É praticamente a partir do século XVI, com a chegada às Américas, que a agricultura na ilha de Santiago diversificou-se com a introdução de plantas agrícolas americanas que progressivamente dominam os campos da ilha de Santiago.
A ilha de Santiago é o maior do arquipélago de cabo Verde, foi também a ilha onde se iniciou o povoamento do arquipélago no século XV, durante o período de expansão europeia liderada pela coroa portuguesa. Partindo de uma paisagem natural sui generis no cruzamento entre a Macaronésia e o Sahel, a presença humana iniciada com o povoamento introduziu profundas alterações na flora e na fauna.
O processo de povoamento com a transformação da ilha numa placa giratória do comércio triangular entre a Europa, África e as Américas reflectiu-se na génese de uma nova cultura pelo cruzamento de povos e culturas da Europa Mediterrânica e da África Ocidental, mas em paralelo os ecossistemas da ilha foram modificados pela introdução de plantas e animais de diversas origens que foram aclimatados antes de chegarem aos seus destinos finais.
Ao longo de cinco séculos de presença humana, uma ilha outrora deserta e em frágil equilíbrio foi completamente alterada com a criação de uma paisagem altamente culturalizada onde o homem procura um equilíbrio entre recursos naturais fracos e uma economia viável capaz de promover um desenvolvimento sustentável e duradouro .
cabo verdiana consolidou-se na sua originalidade e expandiu-se pelas sucessivas ilhas do arquipélago povoado ao longo do tempo entre os séculos XVI e XIX. A ilha de Santa Luzia continua deserta, apesar de estar inserida economicamente nos pesqueiros das ilhas vizinhas. Uma das características da nação cabo-verdiana é a sua extensa diáspora resultante da emigração ao longo da história, que começou no final do século XVIII e continua até hoje, no entanto existe uma grande coesão interna na sua identidade tanto no arquipélago como no estrangeiro, sendo o crioulo linguagem. A música é um elemento importante da marca cabo-verdiana em todos os países anfitriões.
A inserção da ilha de Santiago e do arquipélago de cabo Verde num mundo em globalização no limiar do terceiro milénio tem vindo a transformar as ilhas num destino importante A Ilha de Santiago (Cabo Verde) como destino turístico e o cruzamento de padrões culturais da vasta diáspora cabo-verdiana residente no estrangeiro bem como dos grandes milhares de visitantes que anualmente visitam as ilhas. Apesar da sua localização tão próxima da África Ocidental e da sua inserção política na CEDEAO, o arquipélago conseguiu manter a sua originalidade como local de cruzamento de culturas e ideias.