HISTÓRIA
Os autores e a data da descoberta da ilha da Boavista estão envolvidos numa questão não resolvida. De facto, a fragilidade e as contradições da documentação em torno do problema da descoberta das ilhas orientais do Arquipélago de Cabo Verde, ao qual está integrada a Boa Vista, têm suscitado diversas opiniões, muitas vezes divergentes entre si. Mais concretamente, quanto aos descobridores, a divergência de opiniões gira em torno de Vicente Dias, Luís de Cadamosto, Diogo Gomes e António de Noli, sendo que, no que diz respeito às datas, são agora 1445,1456 ou 1460. No caso da Boavista, este facto deu origem a diversas hipóteses sobre os seus possíveis descobridores e as datas da sua descoberta. Discutidas todas elas, optámos pela hipótese de Luís de Cadamosto.
A primeira fase de povoamento, entendemos como a ocupação de Boa Vista com gado bravo e escravos para pastoreá-la. Começa em finais do século XV, precisamente quando em 1490 o Duque de Beja, D. Manuel, doa a Rodrigo Afonso, já natural da metade norte de Santiago, o gado bravo da ilha da Boavista, para fins de a exploração económica dos seus produtos, conforme consta da carta de doação de 31 de maio desse ano, confirmada pelo próprio D. Manuel, sendo já rei, em carta de doação de 29 de outubro de 1496.
Senna Barcellos informa que a ilha da Boavista estava deserta aquando da doação de gado bravo a Rodrigo Afonso, em 1490.
Sobre as primeiras casas da ilha, escreve Christiano da Senna Barcellos “foi em 1490 que foram construídas as primeiras cabanas em S. Christovam e começou o povoamento com mandados negros de Santiago.”
Praia, 13/11/13 António Germano Lima